LIVROS são seres mágicos, produtos de infinita ânsia e de permanente orgulho pessoal. Muitos pouco valor coletivo possuem, porém todos acalentam as almas mais diversas. Eis como encará-los:
Paralisado eu os olhava,
Entediados me encaravam,
Os via enfileirados,
Performáticos, incólumes a minha frente.
Não ousava os falar,
Somente os encarava,
Em frente a minha atenção, aos poucos,
Desfaziam-se.
Em gritos me chamavam,
Assinalando nossas buscas.
Paralisado me detive,
Sobre o querer e o saber,
Angustiado vomitava.
As vozes roucas, sigmáticas dos livros
Alucinavam-me.
Nada mais pronunciei.
Nosso objetivo é pensar a Amazônia. Pensar sua poesia, sua natureza, sua dureza social, suas mazelas ambientais, sua pobreza humana. Seremos duros, porém sempre com ternura. Precisamos e devemos construir uma alternativa poética, um discurso de futuro e um permanente melhor presente, a isto servirá o CRÔNICA AMAZÔNICA.
terça-feira, 29 de junho de 2010
SONHOS
À Saramago, uma homenagem:
Os sonhos permanecem estranhos:
Ontem me vi estirado no chão,
sobre a terra caído com a boca aberta.
Naquela forma me olhei pálido, incolor,
surpreendetemente ausente de cor.
Na estridente compreensão me vi morto.
A ausência de vida se desfez
quando o corpo incolor e indolor tamborilou,
repercutiu sobre o chão três pontos de pensar:
andar em conta;
sonhar em sonda;
afundar em sombra.
A sedimentação alienada se retirou,
incompreensível a forma oculta se espichou,
sobre o ataúde, o corpo informe cantou, encantado
no mar ou na lua
entrincheirado na guerrilha surda
cantou e calou.
Os sonhos permanecem estranhos:
Ontem me vi estirado no chão,
sobre a terra caído com a boca aberta.
Naquela forma me olhei pálido, incolor,
surpreendetemente ausente de cor.
Na estridente compreensão me vi morto.
A ausência de vida se desfez
quando o corpo incolor e indolor tamborilou,
repercutiu sobre o chão três pontos de pensar:
andar em conta;
sonhar em sonda;
afundar em sombra.
A sedimentação alienada se retirou,
incompreensível a forma oculta se espichou,
sobre o ataúde, o corpo informe cantou, encantado
no mar ou na lua
entrincheirado na guerrilha surda
cantou e calou.
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Saramago
Cantar em palavras a alegria do mar, se desfazer em idéias e destoar do ruidoso poder, talvez assim seja José Saramago. Na lingua materna, de tantas formas diretas e de tanto alquebrar.
Nos dizeres de "Caim" ou na proeza dos "Ensaios sobre a cegueira", a descoberta da ficção e da prosa automática, sussurra a invicta impossibilidade dessa lingua estranha e tão poética.
Que nos viva um milhão de séculos Saramago!
Nos dizeres de "Caim" ou na proeza dos "Ensaios sobre a cegueira", a descoberta da ficção e da prosa automática, sussurra a invicta impossibilidade dessa lingua estranha e tão poética.
Que nos viva um milhão de séculos Saramago!
terça-feira, 15 de junho de 2010
Minutos
O tempo é sempre melancólica melodia, seu sussurro sempre nos enche de permanente tédio. O tempo, também é verdugo maldito, sempre querente do nosso viver. O tempo, porém, é preciso senhor, seus ditos são exatos, seus enganos certeiros. Driblar tal exatidão somente com a força do sonhar e a eloqüência do viver:
MINUTOS
Minutos ecoam num batimento cardíaco,
Sons sussurram,
Minutos que passam,
Minutos alisam o tempo verdugo,
Minutos ressoam no divagar das pessoas.
Tempo, tempo, minuto a minuto!
Escorrem sobre a vida e a morte,
Minutos do nada,
Minutos quebrados,
Minutos desastre,
Minutos desfeitos,
Minutos.
MINUTOS
Minutos ecoam num batimento cardíaco,
Sons sussurram,
Minutos que passam,
Minutos alisam o tempo verdugo,
Minutos ressoam no divagar das pessoas.
Tempo, tempo, minuto a minuto!
Escorrem sobre a vida e a morte,
Minutos do nada,
Minutos quebrados,
Minutos desastre,
Minutos desfeitos,
Minutos.
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