sábado, 30 de janeiro de 2010

Beira do Tapará

O Tapará é um dos afluentes do Tapajós. A poesia que segue marca o quanto o "mundo dos rios" que é a Amazônia:



Na pata do boi
da várzea crescente,
na malhadeira meeira do mundo
dos rios.

Canoas, rabetas nas águas barrentas,
Curumatá, surubim, pacú,
Pirapitinga do baixo rio.

Nas águas barrentas
do Amazonas sedento,
nas águas serenas
dos canoeiros velozes.

Na remação e no mata-mata
dos dias parados e
do brega rasgado.

Fundo de mata,
beira de rio
que na pata do boi
da várzea secante
se faz na remarcação daquele
mundo de rios.

Poronga com um punhado dӇgua
Pororoca da Invernada
Rio-mar dessa cantinga de beira-rio.

4 comentários:

  1. A Amazônia é espaço social de muitas imaginações e sensibilidades. Temos grandes nomes da literatura, não tão grandes para o seu povo, que mal os conhecem, afinal, quem já leu ou ouviu a bela poesia de Max Martins ver-o-peso"? POucos, creio eu, infelizmente. porque considero que conhecer o que se produz em sua terra é condição para o fortalecimento de uma identidade.
    A poesia "beira do tapará" fala dessa identidade, desse ser no mundo que é o homem amazonida, com suas idiossincrasias, lutas, perspectivas, buscas. Fala desse território disputado por ambientalistas, criticos, politicos, mas também por águas poéticas e por humanos que veem e voam como as águias...
    UM abraço
    Moara

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  2. A Amazônia é pouco entendida pelo Brasil e pelo Mundo, necessitamos construir identidade, inclusive poética.

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  3. Segue dizeres do que gente daqui canta do mundo:

    CANTICO A TEORIA

    Dos cânticos antigos
    Brandia visões miúdas
    De poetas malditos:
    Poe e Baudelaire.

    Das visões miraculosas
    Das cegueiras havidas
    Dos despercebidos amanhãs
    Entoava Machado e Saramago.

    Misturava Galbraith e Drummond
    Duas rosas
    Duas palavras
    Vastas teorias.

    Inoculava gestos e prazeres
    Copiava tua pele nua
    Sentenciava as armas postas
    Calava as almas perdidas.

    Misturava Furtado e Garcia Marques
    Estalava as pálpebras rígidas
    Divagava sermões irônicos
    Falia os pulmões aflitos.

    Brandia Marx e Vargas Losa
    Chantagiava classes
    Solicitava afeto
    Rugia asfalto
    Soluçava miragens aflitas
    Da entediada alma.

    Sussurrava aos teus mudos ouvidos
    Palavras de profetas
    Trotsky entediado
    Lênin esquecido
    Benjamim maldito.

    Falácias de terras arrasadas
    Grunhidos de generais latinos
    Sentenças de mulheres mal-amadas.

    Distinguia tua douta teoria
    Dos nossos lívidos olhares
    E por fim
    Misturava Rosas e Buarques.

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  4. DIA VERMELHO
    PELA PRIMEIRA VEZ NA HISTORIA DESTE GRANDE PAIS ELEGEMOS UMA MULHER PARA GOVERNAR, TRAÇAR OS RUMOS DA NAU EM BUSCA DE BONS VENTOS BOAS NOTICIAS PARA UMA POPULAÇÃO QUE SOFRE OS EFEITOS DE UMA SOCIEDADE DESIGUAL, CONCENTRADORA,
    SIGAMOS SIGAMOS
    SEJAMOS TAMBÉM NAUTAS E SUJEITOS ...
    BOA SORTE A NOSSA PRESIDENTA.
    Naza

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